24 de novembro de 2012

O guarda-chuva




Algo vai mal. perdi a conta de quantas vezes já tomei analgésico hoje e não funciona.
Mas é um dor interessante.
Eu estava indo para a aula e começou a chover, parece que aquela chuva resolveu se concentrar só em cima de mim. Continuei andando, começou a ventar forte. Fiquei puta, com o guarda-chuva que envergou e saiu voando em 49565454 pedaços. Comigo atrás aos prantos e gritos.
- Mas precisa chorar por isso, menina?
- Ora, porque não? Não era apenas uma maluca correndo atrás de um guarda-chuva velho. Não era mais um guarda-chuva qualquer. Era o resumo, o estouro de todas as vezes que eu achava que não ia me molhar e tomei no cú de novo. Era uma reação do que eu estava sentindo acumulada por todas as vezes que eu desafiei o vento e fiquei sozinha com uma coisa despedaçada nas mãos, uma coisa que não aguentou a ventania comigo. Era a minha vontade de dar um ataque, sapatear em cima daquela merda e me despedaçar junto, mas em vez disso apenas voltei para casa pingando, secretamente frustrada. Eu chegava a ter pensamentos assassinos por aquele guarda-chuva, mas pensar não era o  suficiente e eu sofria o suficiente pra não agir.
- Você levou um tombo menina??
- levei.

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